Região do Baixo Augusta passa por transformação

Região do Baixo Augusta passa por transformação

Da decadência ao cool. Da degradação ao pop. A área central da icônica Rua Augusta passou por uma incrível mudança a partir do início dos anos 2000. A abertura de casas noturnas badaladas, como o extinto Vegas Club, atraiu público jovem e novos investimentos à região. O Baixo Augusta virou sinônimo de gente descolada, baladas alternativas e vida cultura efervescente. Mas esse processo gerou um fenômeno chamado gentrificação. É quando determinada área vive uma supervalorização que “expulsa” a população local e atrai um perfil mais nobre de frequentadores e moradores– e a inevitável especulação imobiliária.

O espírito boêmio do Baixo Augusto começou a rarear há dois anos. Várias casas noturnas mudaram de endereço devido ao aumento do aluguel dos imóveis. Dezenas de casas antigas foram demolidas para a construção de modernas torres de apartamentos e escritórios. O comércio ganhou grifes. A região apresenta cada vez maior sofisticação e tem tudo para ser uma extensão do chique e caríssimo bairro Jardins.

A maioria dos novos prédios da região é formada por estúdios e apartamentos de 1 e 2 dormitórios, com variadas áreas de lazer e serviços. Os novos moradores são jovens executivos e profissionais liberais. Pessoas que querem morar perto da Avenida Paulista, de shoppings, cinemas e restaurantes. Definitivamente, a vocação baladeira da Augusta perde força. Um exemplo: em abril de 2012 o Vegas Club perdeu o ponto para uma construtora, que vai erguer no terreno um moderno prédio para a classe média. Não será surpresa se o Baixo Augusto logo passar a ser chamado de Augusta Nobre ou Novo Jardins. Na montagem de fotos, alguns prédios que logo farão parte da paisagem da Rua Augusta.

 

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Missoni Home amplia atuação no Brasil

Certas padronagens se tornam inconfundíveis. O xadrez da Burberry, por exemplo. No mercado de decoração, as estampas geométricas e coloridas da Missoni Home são facilmente identificadas à primeira vista. A grife italiana acaba de ampliar os pontos de venda no país. Além das duas lojas em São Paulo (no Shopping Cidade Jardim e na tradicional Alameda Gabriel Monteiro da Silva), a Missoni Home tem agora uma store no Shopping Fashion Mall, no Rio de Janeiro. Para os seguidores de um décor sóbrio, o estilo Missoni pode parecer excêntrico. Mas está em harmonia com a tropicalidade brasileira. Os mosaicos e zigue-zagues da tradicional marca italiana garantem ambientes alegres. Cadeiras, poltronas, pufes, tapetes, louças, velas e vários outros itens podem ser compostos com peças tradicionais. O contraste sempre é interessante.

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Praça das Artes: novo sopro arquitetônico no centro de São Paulo

No fim de semana conheci uma nova área do centro antigo da cidade. Fiquei muito feliz, como cidadão e arquiteto, de testemunhar o nascimento de um complexo cultural ímpar: a Praça das Artes.

A revitalização da região central de São Paulo é uma reivindicação permanente de urbanistas e da população. Um passo importante para o resgate da região aconteceu em dezembro de 2012, com a inauguração do primeiro módulo da praça. O espaço de 28.500 m² está localizado no quarteirão logo atrás do Theatro Municipal, formado pelas ruas Conselheiro Crispiniano e Formosa, Avenida São João e Praça Ramos de Azevedo. O projeto é do arquiteto Marcos Cartum, com execução do escritório Brasil Arquitetura. Trata-se de um edifício em vários níveis de altura (a parte mais alta tem 11 andares), em concreto aparente com pigmentação ocre e janelas com vidro espelhado. O prédio espalha seus “tentáculos” pelo terreno, abraçando as construções ao redor. A obra custou R$ 136 milhões.

O contraste entre a rigidez do novo complexo cultural e os prédios remanescentes — como o recém-restaurado edifício do antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, em estilo neoclássico, de 1895 — resulta num interessante conjunto arquitetônico. Essa mistura de estilos é a cara de São Paulo.

A Praça das Artes tem a missão de ser um pólo de cultura, abrigando a Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Coral Lírico, Coral Paulistano, Quarteto de Cordas, Balé da Cidade e o Centro de Documentação Artística, entre outras instituições. Quando estiver 100% concluída, a Praça das Artes será uma grande área de convivência pública, com jardins, quiosques, cafés, banca de revistas, livraria, floricultura e uma alameda de serviços. Logo os paulistanos e os turistas vão descobrir o potencial da praça e transformá-la num ponto efervescente de cultura. Viva o centro!

Uma última informação relevante: o entulho das demolições e da construção do novo prédio foi reciclado e serviu de base para a pavimentação de ruas na periferia de São Paulo.

 

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